Em um mundo tão competitivo, onde precisamos ganhar sempre e onde a arte é muitas vezes interpretada como algo ineficaz, fica difícil acreditar que exista algo tão puro como a alma no mundo dos negócios e das marcas.
Mas o que é alma, branding com propósito e, finalmente, marcas com alma?
A alma é generosa, tem valores, sabe que faz parte de um todo e que sozinha não pode dar conta de tudo;
Branding com propósito é a criação da alma da marca, uma vontade de fazer a mais, que não se resume só a venda de algum produto/serviço;
As marcas com alma sabem que podem cumprir seu papel no mercado com muita autenticidade, com diálogos verdadeiros e sem passarem por cima uma das outras. Sabem que não são perfeitas e nem são a solução das dores do mundo, mas querem cumprir sua tarefa gerando mudanças positivas em seus e/ou através de seus consumidores.
Finalmente, marcas com alma existem?
Sim, elas existem. A marca não precisa ser grande ou pequena em relevância no mercado. E até as que ainda não revelaram sua alma ao mundo, tem uma. Onde elas estão? Nas prateleiras, na internet, no mundo do entretenimento, em qualquer lugar. O nosso trabalho é escavar esses valores e entender com profundidade o ecossistema onde esses projetos de branding podem ganhar vida, estejam eles onde estiverem. É verdade que nem sempre essa será a prioridade no mundo dos negócios, porém não parei de buscar a alma em tudo que eu faço. Pelo bem da minha.
Não, não acredito que um produto/marca pode salvar o mundo. Acredito sim no poder de gerar grandes mudanças através das pessoas.
Por isso que na hora de construir uma marca, precisamos colocar um pouco de alma para que sua mensagem dialogue com elas. Pessoas não são números, não são estatísticas e nem todas têm o mesmo livro de referências. Cada pessoa, um mundo. Para explora-las só saindo por trás das planilhas e se deixando fluir pela arte. Arte do ouvir, de dialogar, de encantar. A cada palavra, um pouco mais de conexão e fazer sentir. Marketing de afeto prolonga a vida útil das nossas relações com o consumidor. Um pouco mais de eu me coloco no seu lugar, entendo suas dores e talvez possa oferecer uma solução para um desses desconfortos.
Se concorda, recomendo o curso A Arte e a alma do negócio do Marcio Libar na Perestroika. Esclarece o papel da arte no mundo do business. Me ajudou a acalmar a mente sobre todas essas questões e me manter firme na poesia da profissão.
E quais marcas já encontraram sua alma?
Budweiser – Neyzona, mediadora, e Uran Rodrigues, convidado, do BudLabs
Não posso deixar de referenciar a #Budweiser. Aprendi muito com meu trabalho regional Nordeste e todo time de Cultura e Relacionamento que tive o prazer de fazer parte. Acompanhem o diálogo verdadeiro que eles estão construindo aos poucos entre pessoas e marcas no perfil de Pedro Zuim, o Head de C&R da Ambev
Instagram @obviousagency
O trabalho de agências como a Obvious Agency é uma luz no fim do túnel neste quesito. Constroem a partir de mulheres e com mulheres diálogos para um mundo de marcas que descobriu sua alma feminista.
Outro exemplo é a Zanna Agencia que tem educado marcas sobre Sound Branding e como o som pode passar mensagens tão poderosas e verdadeiras, quanto as imagens.
Campanha Farm e Grupo Olodum
Outro projeto que tem propósito em sua concepção foi criado pela Farm recentemente. Uma coleção especial para os 40 anos do Grupo Olodum feito a quatro mãos. Mais do que reinventar a partir da estétca do grupo, espalharam a história e seus personagens, fizeram mais gente conhecer o projeto e reverteram as vendas para sua causa.
E, por último, o Case da Coca Cola para a parada LGBT. Nada mais verdadeiro que emprestar seu produto para endossar o recado “Essa Coca é fanta, e dai?”
E vocês? Acreditam na alma das marcas?
Texto publicado originalmente no LinkedIN
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